segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

domingo, 19 de janeiro de 2014

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Raízes Sonoras - Programa 04 - Rock

Raízes Sonoras - Programa 04 - Rock

LOC: Está começando agora mais um programa do Projeto Raízes Sonoras! O projeto que apresenta para você, em 25 programas, diversos gêneros e ritmos da música brasileira.
LOC: E no programa de hoje iremos falar sobre o rock no Brasil!
LOC: O rock en roll veio às terras brasileiras diretamente dos Estados Unidos nos anos 50. A marca desse gênero musical era o ritmo rápido, que unia influências do blues e do country americano.
LOC: O rock na época era um ritmo inovador e diferente de tudo que já tinha ocorrido na música. Uma das características mais importantes do rock era o acompanhamento de guitarra elétrica, bateria e baixo.
LOC: Com letras simples e um ritmo dançante, caiu rapidamente no gosto popular. No Brasil, o rock teve início no final da década de 1950, começando a ser tocado por orquestras de bailes e por cantores populares.
LOC: Os primeiros cantores e grupos que tocaram rock no Brasil foram Betinho e Seu Conjunto, Nora Ney e Cauby Peixoto. Também tomaram conta dos rádios e televisões, os ídolos Sérgio Murillo e os irmãos Tony e Celly Campelo.

LOC: Na voz de Nora Ney, vamos O balanço das horas. Essa música foi gravada em 1955 e é uma versão da trilha sonora de um filme americano com o mesmo nome. 






LOC: Acabamos de escutar a música Rock and Roll em Copacabana, de Cauby Peixoto. Essa foi a primeira música de rock em português. Ela foi escrita pelo compositor de sambas e marcinhas Miguel Gustavo e gravada em 1957.
LOC: Escutamos também a música Enrolando o rock, de Betinho e seu conjunto. Esse foi um dos primeiros grupos de rock a se formar no Brasil.
LOC: Além do rock, eles tocavam outros estilos como jazz, calipso, baião e choro, mostrando a diversidade da música brasileira.
LOC: O rock já chegou fazendo um sucesso estrondoso no Brasil. Em 1958, vindos do interior de São Paulo, os irmãos Tony e Celly Campelo lançaram uma canção que vendeu 38 mil cópias.
LOC: Em 1959, Celly Campelo fez grande sucesso com a música Estúpido Cupido. Ela foi a música mais tocada no ano em que foi lançada. Vamos ouvi-la.






LOC: Escutamos na seqüência a música Feche os olhos, de Renato e seus blue caps - que é uma versão em português de música dos Beatles.
LOC: Escutamos também a música Estou Louco, composta por Baby Santiago e gravada por Demetrius. E a música que fechou esse bloco de sucessos foi Vigésimo Andar, de Albert Pavão.
LOC: Foi assim que o cenário cultural brasileiro passou a viver tempos de grande efervescência. Com a popularização dos meios de comunicação, a juventude experimentou novas formas de expressão.
LOC: O início da década de 1960 trouxe outro grande cantor do rock brasileiro: Ronnie Cord. Seu maior sucesso foi a música Biquíni de Bolinha Amarelinha. Vamos escutá-la.





LOC: As músicas que escutamos nesse bloco foram grandes sucessos dos cantores e das bandas da Jovem Guarda.
LOC: Ouvimos Alguém na multidão, de Golden Boys; Igual a Peter Pan, de Ronnie Von; e Doce, doce, amor, composta por Raul Seixas, na voz de Jerry Adriani.
LOC: O movimento Jovem Guarda, liderado por Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa, envolveu a maioria da juventude com programas de televisão, shows ao vivo e inúmeros discos.
LOC: Novos cantores e bandas apareciam na cena musical da época, como os reis do “iê, iê, iê” embalados pelo som das guitarras elétricas e do ritmo ditado pelas baterias.
LOC: Nesse período, a televisão se tornou o grande espaço de popularização de artistas como Sérgio Reis, Os Vips, Golden Boys, Jerry Adriani e Ronnie Von.
LOC: Grande parte de suas letras tinham temáticas amorosas, adolescentes e açucaradas. Haviam muitas versões de músicas do rock internacional da época, principalmente sob a influência do fenômeno dos Beatles.
LOC: A Jovem Guarda não foi só um movimento musical. Ele também misturava uma nova forma de comportamento e moda dos jovens.
LOC: Vamos escutar agora alguns grandes sucessos do Rei da Jovem Guarda, Roberto Carlos. A primeira música que vamos escutar é Quero que vá tudo pro inferno. Essa canção fez parte do álbum Jovem Guarda lançado em 1965 e foi um divisor de águas na carreira de Roberto Carlos. Vamos escutá-la.






LOC: Escutamos a música de Roberto e Erasmo Carlos, Eu sou Terrível. Escutamos também Festa de arromba de Erasmo Carlos e Pare o casamento de Wanderlea.
LOC: Na década de 1970, a identidade do rock nacional foi definitivamente afirmada por bandas e artistas como Mutantes, Rita Lee, Secos e Molhados e Raul Seixas.
LOC: Os Mutantes é uma banda brasileira de rock psicodélico formada durante o Tropicalismo no ano de 1966, em São Paulo, por Arnaldo Baptista, Rita Lee e Sérgio Dias. A banda é considerada um dos principais grupos do rock brasileira.
LOC: A década de 1970 trouxe também aquele que é conhecido como o maior rockeiro que o Brasil já teve: Raul Seixas.
LOC: Vamos escutar dos Mutantes, a música Posso perder minha mulher, minha mãe, desde que eu tenha o rock and roll.





LOC: Escutamos a música Ovelha Negra de Rita Lee, O vira de Secos e Molhados e Cowboy fora da lei, de Raul Seixas.
LOC: Na década de 1980 o rock se popularizou. Muitas bandas como os Titãs e Os Paralamas do Sucesso permanecem ativas até hoje, fazendo apresentações por todo o Brasil.
LOC: Outras bandas e artistas da época, como Cazuza, Legião Urbana e Renato Russo, foram imortalizados e tocam nas rádios até hoje, devido ao grande sucesso entre o público, principalmente adolescentes.
LOC: De toda a geração emergida no estouro do rock nacional na década de 1980, a Legião Urbana foi a banda mais venerada pelo público e respeitada pela crítica. Seus sucessos foram a trilha sonora de toda uma geração.
LOC: Vamos escutar da Legião Urbana uma música de conteúdo de forte crítica social: Que país é esse.







LOC: Escutamos a música Sonífera Ilha, dos Titãs; Bete Balanço, do Barão Vermelho e Ela Disse Adeus, dos Paralamas do Sucesso.
LOC: A década começou com uma novidade: a MTV Brasil, em 1990. E o primeiro "grande grupo" da década foram os mineiros Skank, que misturavam rock e reggae. Ao longo da década, outros grupos mineiros surgiriam, como Pato Fu e Jota Quest.
LOC: Outra banda mineira que fez grande sucesso inclusive no exterior na década de 1990 foi o Sepultura. Misturando diversos ritmos: indígenas e africanos ao metal, os irmãos Cavalera venderam milhões de discos no mundo.
LOC: A banda Raimundos de Brasília também trouxe um elemento novo ao rock, ao misturar ritmos nordestinos com o rock pesado.
LOC: Vamos ouvir agora no último bloco do Programa Raízes Sonotas, a música Roots do Sepultura, Encontrar alguém do Jota Quest, Garota Nacional do Skank, e I saw you saying dos Raimundos. Vida longa ao rock!





Raízes Sonoras - Programa 03 - Forró

Raízes Sonoras - Programa 03 - Forró

LOC: Você conhece a história da música brasileira? Conhece os diferentes ritmos e gêneros musicas que representam a diversidade cultural do país?
LOC: O projeto Raízes Sonoras traz pra você vinte e cinco programas que abordam os gêneros musicais brasileiros e suas raízes históricas. O programa de hoje vai falar sobre o forró!
LOC: O termo "forró" deriva da palavra africana forrobodó, que dava nome aos bailes populares do Nordeste do Brasil. 
LOC: Eram vários os ritmos dançados nessas festas, como o baião, a quadrilha, o xaxado e o xote.
LOC: E falando em quadrilha todos se lembram das festas juninas de São João! Que tal começarmos o programa de hoje em ritmo de quadrilha?

LOC: Vamos escutar a música Sonho de Papel, de Altamiro Carrilho.




LOC: Escutamos a canção Pula a Fogueira, composta por Getúlio Marinho e João Bastos Filho e gravada por Francisco Alves em 1936.
LOC: Escutamos também a música Cai, Cai balão, composta por Assis Valente e gravada por Francisco Alves e Aurora Miranda em 1933.
LOC: Foi esta marchinha que inaugurou o gênero "música de festa junina". E foi também a estreia em disco de Aurora Miranda, irmã de Cármen Miranda.
LOC: Essas canções que escutamos são algumas das muitas músicas populares de Quadrilha Junina, que embalam ano após ano as Festas Juninas no Brasil do norte ao sul.
LOC: Também muito tradicional da Quadrilha Junina são os dizeres - a narração feita por um locutor para animar a quadrilha, enquanto há a apresentação das danças. Quem não conhece o “Olha a cobra! É Mentira!”?
LOC: Os dizeres mais famosos são: o “Balancê”, que é quando os dançarinos balançam o corpo no ritmo da música, ainda nos seus lugares; o “Caminho da roça” – quando os dançarinos fazem só uma fila, a dama à frente de seu cavalheiro;
LOC: Tem também o “Olha a Cobra ou Olha a Chuva” – quando os dançarinos devem caminhar em sentido contrário; logo depois o narrador fala: “É mentira!” – e todos voltam a caminhar na direção que estavam.
LOC: Continuando em ritmo de festa, que tal conhecermos um pouco do baião, do xote e do xaxado? Ritmos que reunidos formam a grande riqueza cultural do forró!
LOC: Vamos escutar a música Xote dos Milagres, do grupo Falamansa.




LOC: Escutamos a música Xaxado da Paraíba composta por Juvenal Lopes e Reinaldo Costa e gravada por Marinês. Escutamos também a música Mulher Rendeira, de Zé do Norte.
LOC: Tradicionalmente o forró é tocado por trios compostos por sanfoneiro, zabumbeiro e um tocador de triângulo.
LOC: O forró é representativo da diversidade cultural presente na cultura brasileira.
LOC: Os portugueses influenciaram bastante na formação do forró. O rei do Baião, Luiz Gonzaga, disse que os instrumentos utilizados no forró, o triângulo, a zabumba e a sanfona, vieram do gênero musical português conhecido como chula.
LOC: Vamos ouvir Chula da póvoa, ou Chula do Povo, do compositor e cantor português José Afonso.




LOC: Escutamos as músicas Respeita Januário e A vida do Viajante, ambas gravadas por Luiz Gonzaga.
LOC: A história do forró mistura-se com a história de Luiz Gonzaga, seu principal compositor e intérprete. Ele nasceu em Exu, no estado do Ceará, em 1912.
LOC: As letras de suas músicas retratavam tanto a alegria das festas juninas quanto as dificuldades vividas pelos nordestinos. 
LOC: A terra de Luiz Gonzaga fica na Serra do Araripe, o que o inspirou em uma das suas primeiras composições, No meu pé de serra. Vamos ouvir Pé de Serra, de Luiz Gonzaga.
LOC: Logo em seguida vamos escutar aquela que virou um verdadeiro hino do Nordeste: a música Asa Branca. Composta e gravada por Luiz Gonzaga esse super sucesso é uma das músicas mais representativas da cultura brasileira.





LOC: A música fechou esse bloco é Assum Preto, de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião.
LOC: O baião é um ritmo musical nordestino, acompanhado de dança, muito popular na região nordeste e norte do Brasil.
LOC: Foi na década de 1940 que o baião tornou-se popular, através de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, conhecido como “o doutor do baião".
LOC: O baião utiliza muito os seguintes instrumento musicais: viola caipira, sanfona, triângulo, flauta doce e acordeon. Os sons destes instrumentos são intercalados ao canto.
LOC: A temática do baião é o cotidiano dos nordestinos e as dificuldades da vida.
LOC: O baião recebeu, na sua origem, influências das modas de viola, música caipira e também de danças indígenas.
LOC: Vamos escutar a música Baião de Dois, composta por Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira e gravada na voz de Emilinha Borba.





LOC: Escutamos a música Boi Bumbá, de Luiz Gonzaga. Escutamos também Baião da Panham composta por David Nasser e Guio de Morais, e gravada por Luiz Gonzaga.
LOC: O forró  não seria o forró se não fosse o xaxado!
LOC: Xaxado é uma dança popular Brasileira originada nas regiões do Agreste e do Sertão do estado Pernambuco, muito praticada no passado pelos cangaceiros da região, em celebração às suas vitórias.
LOC: A palavra xaxado é uma onomatopeia do barulho xa-xa-xa, que os dançarinos fazem ao arrastar as sandálias no chão durante a dança.
LOC: Luiz Gonzaga também foi um grande divulgador do xaxado. Todos esses ritmos juntos - xaxado, xote, baião e quadrilha - formam um dos gênero mais aprecidos no Brasil: o forró!
LOC: Vamos encerrar o programa de hoje curtindo outros sucessos. De Dominguinhos, a música Eu só quero um xodó. Na voz de Elba Ramalho, a música composta por Vital Farias, Ai que saudade D'Ocê.. E por fim, a música Colo de Menina, da banda Rastapé.




Raízes Sonoras - Programa 02 - Samba

Raízes Sonoras - Programa 02 - Samba

LOC: Você conhece a história da música brasileira? E os ritmos e os gêneros musicas que são a cara do nosso país?

LOC: O projeto Raízes Sonoras traz pra você vinte e cinco programas que abordam os gêneros musicais brasileiros e suas raízes históricas. O programa de hoje vai falar sobre o samba e sobre as marchinhas de carnaval.

LOC: O samba foi criado pelos escravos negros africanos a partir da segunda metade do século 19 na Bahia. As manifestações religiosas do povo africano envolviam o uso de instrumentos de percussão, como atabaques e tambores. As batidas e danças do povo africano deram origem ao samba.
LOC: No final do século 19, o samba chegou ao Rio de Janeiro com o carnaval de rua. Hoje o samba é a cara da música brasileira. É um verdadeiro símbolo da cultura nacional.
LOC: Mas quem vê o carnaval pela televisão pode não conhecer a história do samba. Essa é uma história de resistência da cultura popular à intolerância racial.
LOC: O primeiro samba a ser gravado foi Pelo Telefone, de Donga e Mauro de Almeida, em 1917, no Rio de Janeiro. Pelo Telefone foi registrado pelo violonista Donga, o que gerou muita polêmica.
LOC: Essa música foi criada em uma roda de samba por várias pessoas. Essas pessoas também queriam estar nos créditos. A letra é do jornalista Mauro de Almeida, que admitiu que só uniu os versos que estavam sendo cantados. Ouça agora Pelo Telefone.


LOC: Durante muito tempo, por conta do preconceito racial, o samba era muito mal visto. Quem tocava samba podia até ser preso.
LOC: Quem acompanha hoje o carnaval pela televisão, não imagina o quanto a "velha guarda" do samba sofreu e foi perseguida. A sociedade via nas rodas de samba e nos sambistas uma ameaça à moral e aos bons costumes.
LOC: A perseguição às manifestações culturais dos africanos chegou ao Brasil junto com os primeiros navios negreiros. Os portugueses reprimiam qualquer manifestação cultural e religiosa dos escravos como uma tentativa de impedir qualquer resistência à escravidão.
LOC: Com a abolição do trabalho escravo e a expulsão dos negros para as periferias, começaram a surgir as reuniões religiosas e culturais, que mais tarde dariam origem aos blocos de carnaval e escolas de samba.
LOC: Certos sambas enredos das escolas de samba viraram clássicos da música popular brasileira. É o caso do samba-enredo Festa para um rei negro que se tornou um campeão de vendagens ao ser gravado em 1971 por Jair Rodrigues. Vamos escutá-lo.



LOC: A partir da década de 40, o governo nacionalizou o samba e obrigou os letristas a fazerem letras nacionalistas. Um dos sambas que contam a história do Brasil é Exaltação a Tiradentes, de 1949, da escola de samba carioca Império Serrano. Vamos ouví-la.


LOC: Além dos grandes sambas-enredos da música brasileira, também são inesquecíveis as marchinha que fizeram a história do carnaval no país.
LOC: As marchinhas de carnaval surgiram por um caminho diferente do samba. Era ritmo executado principalmente nos salões cariocas do final do século 19.
LOC: Elas tiveram sua ascensão ao mesmo tempo em que a classe média aumentou sua participação nos carnavais de rua. O reinado das marchinhas durou quatro décadas: de 1920 a 1960 elas embalavam o carnaval brasileiro.
LOC: Vamos agora escutar algumas das principais marchinhas de carnaval. A primeira que escutaremos é Chiquita Bacana, composta por Alberto Ribeiro e Braguinha, o mais célebre compositor desse gênero musical. Ela foi lançada em 1948 e a versão que escutaremos foi cantada por Emilinha Borba.




 LOC: Escutamos "Ó Abre Alas", que foi a primeira música composta especificamente para um bloco de carnaval. Quem escreveu a marchinha foi Chiquinha Gonzaga, em 1899. 
LOC: Ouvimos também a marchinha Jardineira, na voz de Orlando Silva. Seu compositor, Benedito Lacerda, era flautista. Humberto Porto, que também assina a composição, era estudante de Medicina.
LOC: Composta em 1938, a música Jardineira apareceu na comédia musical "Banana da Terra" (1939), que tinha no elenco Carmen MirandaOscarito e Emilinha Borba.
LOC: Essas músicas animaram décadas e décadas de carnavais e festas populares no país. O samba e as marchinhas de carnaval são parte do patrimônio cultural brasileira.
LOC: Mas o samba não é só carnaval! Que tal conhecermos alguns dos maiores sucessos da história do samba e também os grandes sambistas brasileiros?
LOC: O carioca Nelson Cavaquinho, com a influência de seu pai que tocava tuba na banda da Polícia Militar, se tornou um dos principais compositores do samba.
LOC: Seu maior sucesso é A flor e o espinho, parceria com Guilherme de Brito e Alcides Caminha. Em 1964, a intérprete Elizeth Cardoso gravou a  versão famosa de A flor e o espinho. Vamos ouvi-la.


LOC: O baiano Dorival Caymmi em 1956, lançou a canção Maracangalha. A inspiração teria vindo de um amigo que, quando ia visitar uma amante, dizia à sua esposa que iria a uma viagem de trabalho para Maracangalha.
LOC: Dorival Caymmi não gravou muitas músicas. Foram apenas cerca de 100 canções. Contudo, esse grande músico brasileiro só compôs obras-primas da cultura popular. Uma dessas obras-primas é a música Suíte do Pescador.
LOC: Vamos escutar, de Dorival Caymmi, as músicas Maracangalha e Suite do Pescador.



LOC: Continuando com os sucessos do samba brasileiro, Adoniran Barbosa compôs Trem das Onze em 1951 e não fez sucesso. Esse grande compositor e sambista ficou conhecido nacionalmente como o pai do samba paulista.
LOC: Mais de dez anos depois, em 1965, o grupo paulista Demônios da Garoa, gravou essa canção e tornou-a uma das músicas mais conhecidas do samba.
LOC: Outro grande sucesso de Adoniran Barbosa é a música Saudosa Maloca, cujo conteúdo tem forte crítica social. Vamos escutar essas duas canções: Trem das Onze e Saudosa Maloca, compostas por Adoniran Barbosa e gravadas por Demônios da Garoa.



LOC: Voltando ao Rio de Janeiro, vamos conhecer duas das maiores vozes femininas do samba.
LOC: Elizeth Cardoso é conhecida como "A Divina" e considerada uma das maiores intérpretes da música brasileira. É uma das mais talentosas cantoras de todos os tempos, reverenciada pelo público e pela crítica.
LOC: Outra grande intérprete do samba é Beth Carvalho. Desde que começou a fazer sucesso, na década de 1970, Beth ajudou a revelar nomes como Jorge Aragão e Zeca Pagodinho.
LOC: Vamos agora ouvir na voz de Elizeth Cardoso, a música Barracão gravada em parceria com Zimbo Trio e Jacob do Bandolim, e composta por Luís Antônio e Oldemar Magalhães.
LOC: E na voz de Beth Carvalho, vamos escutar o clássico Vou Festejar, composta por Jorge Aragão.



LOC: Seguindo com os grandes sucessos do samba brasileiro, em 1971, a dupla baiana Antonio Carlos e Jocafi, já no Rio de Janeiro,  gravou a música de autoria própria, Você Abusou. Essa música se tornou um clássico do samba.
LOC: Outra que veio a se tornar clássica, foi a música O Mar Serenou. Ela foi composta por Candeia, músico carioca que pertencia à Ala de Compositores da Portela.
LOC: Uma das composições de Candeia, o samba-enredo "Seis datas magnas"foi o primeiro samba na história do carnaval carioca a receber nota máxima do juri. O Mar Serenou tornou-se um sucesso na versão de Clara Nunes.
LOC: Vamos ouvir a música Você Abusou de Antonio Carlos e Jocafi, e também a música O Mar Serenou de Candeia no voz de Clara Nunes.



LOC: E pra encerrar o último do programa de hoje do Raízes Sonoras não podemos nos esquecer de três dos mais populares cantores e compositores do samba brasileiro: Jorge Aragão, Martinho da Vila e Zeca Pagodinho.
LOC: Jorge Aragão é filho de mãe acreana, nascido e criado no Rio de Janeiro. Começou a sua carreira pelo samba na década de 1970 em bailes e casas noturnas. Quase todos os grandes intérpretes do samba têm canções de Jorge Aragão em seu repertório.
LOC: Martinho da Vila é filho de lavradores e desde pequeno se criou também no Rio de Janeiro. Serviu o exército e abandonou a carreira militar em 1970 para se tornar cantor profissional. Concorreu em diversos festivais, ganhou muitos prêmios e virou um dos cantores mais populares do Brasil.
LOC: Tão popular quanto Martinho da Vila é o cantor Zeca Pagodinho. O músico gravou mais de 20 discos e é considerado um grande nome do gênero samba e pagode.
LOC: Os sucessos que escutaremos agora são Eu e Você Sempre, de Jorge Aragão; Mulheres, de Martinho da Vila e Verdade, de Zeca Pagodinho.



sexta-feira, 3 de maio de 2013

Programa Piloto

Roteiro do Programa 01 - Projeto Raízes Sonoras

Temática: Diversidade cultural e identidade brasileira

LOC: Você sabia que a música brasileira tem uma infinidade de ritmos? Conhece o samba, o maracatu, a embolada, o carimbó? E da onde será que vem toda essa diversidade cultural?
LOC: O Projeto Raízes Sonoras traz pra você, em vinte e cinco programas, diversos gêneros musicais brasileiros e as suas raízes históricas. MPB, forró, rap, frevo, rock, e muito mais!
LOC: Através da música podemos conhecer culturas diferentes, momentos importantes da história do país e os grandes artistas que enriquecem nosso patrimônio cultural.

LOC: Com a música podemos fazer uma verdadeira viagem no tempo! Quem aí já ouviu O Guarani, do compositor Carlos Gomes, composta em 1870, e que virou um grande sucesso em todo o mundo?


LOC: Essa música ficou conhecida por ser a abertura do programa A Voz do Brasil. O Guarani, de Carlos Gomes, é um dos maiores temas musicais do país.
LOC: Hoje, o Projeto Raízes Sonoras irá falar sobre a diversidade do povo brasileiro. A principal marca cultural do Brasil é a mistura. Desde o começo de sua história, o país foi marcado pela presença de diferentes povos e culturas. Isso fez com que sua formação tivesse grande diversidade.
LOC: Aqui viviam os povos indígenas e depois chegaram os europeus e os negros. Cada um desses povos tinha crenças, falas e costumes diferentes que foram se misturando e formaram a cultura brasileira.
LOC: Muitos artistas já cantaram a riqueza cultural brasileira.  Uma das canções mais famosas da história do país é Aquarela do Brasil, composta em 1939 por Ary Barroso. Ao escrever sobre o "Brasil, meu Brasil brasileiro", esse compositor criou um verdadeiro hino nacional. Sua música exalta as belezas naturais e culturais do país.
LOC: Ary Barroso foi um dos maiores compositores brasileiros de todos os tempos. Suas músicas tiveram centenas de gravações no Brasil e no exterior. A versão que vamos ouvir agora de Aquarela do Brasil foi gravada por Gal Costa, cantora baiana e uma das grandes intérpretes brasileiras.


LOC: A música é uma expressão cultural muito importante. Existem músicas que só de escutá-las já nos vem à cabeça a imagem de todo um país. Waldir Azevedo compôs uma das mais populares e inesquecíveis canções brasileiras. Brasileirinho foi composta em 1947. Essa música é uma daquelas canções que se tornaram parte da alma coletiva do Brasil.
LOC: Esse estilo de música é chamado choro com cavaquinho, que é um tipo de instrumento que parece um violão pequeno. Este estilo musical no Brasil se tornou uma grande referência para as velhas e novas gerações. Vamos agora escutar Brasileirinho, interpretado pelo compositor Waldir Azevedo.


LOC: Entre os grandes símbolos da música brasileira não podemos nos esquecer de Garota de Ipanema. Ela foi escrita em 1962 por Tom Jobim e Vinícius de Moraes. Garota de Ipanema é a canção mais gravada no Brasil e a segunda mais tocada internacionalmente.
LOC: Com essa música, a bossa-nova conquistou o mundo. Ela foi escrita quando os dois músicos estavam sentados em um bar e se encantaram com a beleza de uma jovem que passava por ali em direção à Praia de Ipanema, no Rio de Janeiro.
LOC: A bossa-nova é um movimento da música popular brasileira derivado do samba e que possui influência do jazz. Ela foi lançada no final da década de 1950 e reúne grande artistas brasileiros como Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Nara Leão, João Gilberto e muitos outros.
LOC: Mesmo após cinco décadas, Garota de Ipanema continua sendo regravada por cantores da nova geração. A versão que escutaremos é a do cantor, compositor e violonista brasileiro Toquinho, que gravou muitas músicas em parceria com Vinícius de Moraes.


LOC: A diversidade cultural expressa as diferenças que existem entre as pessoas, como a língua, as tradições, as festas, as danças, e muito mais! Essas diferenças moldam nossos jeitos de falar, de agir e de se expressar. Assim afirmamos as nossas identidades e o sentimento de pertencer a um grupo.
LOC: Falar em cultura é falar em transformação. As manifestações culturais nunca são estáticas, estão sempre em permanente mudança. É com esse espírito que no final da década de 1960, cantores como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Tom Zé, lançaram o tropicalismo.
LOC: O tropicalismo foi um movimento artístico que buscou reinventar a música brasileira. Esses artistas buscavam resgatar as raízes da cultura do Brasil e misturar com influências culturais estrangeiras. Vamos escutar a música Tropicália, de Caetano Veloso.


LOC: O contato entre as diferentes culturas que foi a base do movimento tropicalista pode ser enriquecedor do patrimônio cultural dos povos. Mas, às vezes, uma cultura se sobrepõe à outra. A arte, as tradições e os valores das comunidades são esquecidos. Isso empobrece nossa diversidade cultural.
LOC: É por isso que é tão importante valorizar as diversas manifestações artísticas. Em um país tão rico culturalmente como o Brasil, todas as culturas regionais e nacionais deveriam ser igualmente reconhecidas e valorizadas.
LOC: Apesar da cultura nacional ter sido constituída por importante influência indígena, hoje muitos aspectos da cultura das comunidades indígenas não são conhecidos pela população brasileira.
LOC: A colonização portuguesa do Brasil levou ao extermínio e à dominação cultural de muitos povos indígenas que aqui se encontravam. O resgate da cultura desses povos além de enriquecer nosso patrimônio cultural, é uma luta de resistência e sobrevivência dessas comunidades.
LOC: A música Chegança, de Antônio Nóbrega e Wilson Freire, narra o descobrimento do Brasil pela ótica do índio que já estava aqui quando os portugueses chegaram. Vamos escutá-la.


LOC: A música também é expressão da identidade regional. Luiz Gonzaga, um dos maiores artistas do Brasil, conseguiu expressar por meio de suas músicas, a vida e a cultura do povo nordestino.
LOC: Conhecido como o Rei do Baião e acompanhado pela sanfona, zabumba e triângulo, levou alegria às festas juninas e aos forrós pés-de-serra. Cantou também a pobreza, as tristezas e as injustiças do sertão nordestino.
LOC: A música Asa Branca é considerada por muitos o hino do nordeste. Essa música conta a história do nordestino que migra para o sudeste fugindo da fome e da seca. Mas o sentimento de pertencimento à sua terra é maior, e na música A Volta da Asa Branca, Luiz Gonzaga relata a volta do nordestino ao lar quando a época da chuva chega, assim como a Asa Branca, ave típica da caatinga. Vamos escutar esses dois grandes sucessos.



LOC: Entre os vários gêneros musicais brasileiros, existem aqueles que surgiram ligados à resistência cultural e social do povo negro. O samba, que hoje é símbolo da identidade cultural do Brasil, tem as suas raízes em estilos musicais de origem africana. Ele é tocado por instrumentos de percussão, como tambores, surdos e timbau e acompanhado pelo violão e o cavaquinho.
LOC: O samba é descendente do lundu, canto e dança populares no Brasil do século XVIII (18). O gênero começou como dança de roda originada em Angola e trazida pelos escravos, principalmente para a região da Bahia. Durante sua história, sofreu modificações e se tornou muito popular, sendo hoje, a cara musical do Brasil.
LOC: O samba que iremos tocar agora chama-se Identidade, música composta por Jorge Aragão. Essa música resgata em sua letra o orgulho negro e denuncia a discriminação racial no Brasil.
LOC: Jorge Aragão é um dos maiores sambistas brasileiros e s suas músicas foram gravadas por outros grandes nomes do samba, como Beth Carvalho, Alcione, Zeca Pagodinho e Martinho da Vila. Vamos agora escutar Identidade, de Jorge Aragão.


LOC: A identidade negra não se expressa na cultura nacional apenas pelo samba. O Rap é um gênero musical conhecido por suas letras de protesto e que apresentam a vida, a luta e a cultura da população negra que sofre com o racismo e a desigualdade social.
LOC: O Rap surgiu entre as comunidades negras da Jamaica e depois dos Estados Unidos. Esse estilo é marcado pela fala rápida, onde a letra da música tem maior importância do que a linha melódica. Ele veio para o Brasil ao final da década de 1980 e se popularizou por expressar a voz da juventude negra.
LOC: Um dos maiores compositores e cantores de rap no Brasil é Genival Oliveira Gonçalves, mais conhecido como Gog. Nascido em Brasília em 1965, Gog levou sua música para todo país  e recebeu diversos prêmios.
LOC: Na música Brasil com P, Gog constrói uma verdadeira poesia apenas se utilizando de palavras iniciadas pela letra P. A inspiração foi a frase do hip hop brasileiro "Poder Para o Povo Preto". Vamos curtir o som de Brasil com P.

LOC: A música brasileira também canta a luta das mulheres do país por igualdade social. Dessa forma, a música se transforma em um instrumento importante na busca pelos direitos das mulheres.
LOC: Infelizmente, é comum escutarmos na mídia, músicas que reproduzem o machismo presente na sociedade. Muitas vezes as mulheres são retratadas como simples objetos de desejo dos homens e de uma cultura machista. A forma como alguns artistas retratam as mulheres em suas composições acaba por incentivar o desrespeito e a violência às mulheres.
LOC: Cantando a força e a garra da mulher brasileira, a música Maria Maria de Milton Nascimento e Fernando Brant, transformou-se em um grande hino feminista no Brasil e na América Latina.
LOC: A versão que escutaremos foi gravada na voz de Elis Regina. Elis foi uma das maiores intérpretes da música popular brasileira. Essa música fez história no país e marca a luta pela igualdade entre mulheres e homens.
LOC: Vamos agora escutar Maria Maria, de Milton Nascimento e Fernando Brant, na voz de Elis Regina.


LOC: A identidade da música brasileira também se construiu nos importantes momentos políticos que o país viveu. A Ditadura Militar, que durou de 1964 a 1985, foi marcada pela grande explosão do movimento cultural que lutava contra a ditadura. Os artistas emprestaram a sua voz e o seu talento para a defesa das liberdades democráticas.
LOC: A música Pra Não Dizer que Não Falei das Flores, de Geraldo Vandré, embalou toda uma geração que sonhava com justiça e democracia. No Festival Internacional da Canção de 1968, essa música ficou em segundo lugar sob os protestos do público que queriam vê-la ganhando o Festival.
LOC: Pra Não Dizer que Não Falei das Flores teve sua execução proibida durante anos pela ditadura militar. Ela faz parte da história do povo brasileiro e conta parte importante da vida política no Brasil. Vamos escutá-la na versão original, cantada por Geraldo Vandré.


LOC: A cultura e a música estão sempre se transformando. O Brasil é um país muito rico e muito diverso em sua cultura. O Projeto Raízes Sonoras contará a história e a diversidade de nossos ritmos e gêneros musicais.
LOC: Esperamos que tenham gostado desse passeio pelas canções que fazem e fizeram história no Brasil. Essa é só uma pequena amostra de toda a riqueza cultural aqui produzida.
LOC: Vamos encerrar o programa de hoje mencionando a importância do envolvimento da juventude na valorização da cultura popular brasileira. Os jovens sempre produziram importantes contribuições à cultura nacional, resgatando suas origens, mas também criando novas vertentes.
LOC: A música que escutaremos pra encerrar o primeiro programa do Raízes Sonoras é o Rap da Felicidade, de Cidinho e Doca. Essa música canta a esperança da juventude em um país melhor. Agradecemos a todos pela audiência e acompanhem os próximos programas!