Cartilha educativa eletrônica do Projeto:
segunda-feira, 20 de janeiro de 2014
domingo, 19 de janeiro de 2014
sexta-feira, 10 de janeiro de 2014
Raízes Sonoras - Programa 04 - Rock
Raízes Sonoras - Programa 04 - Rock
LOC: Está começando agora mais um
programa do Projeto Raízes Sonoras! O projeto que apresenta para você, em 25
programas, diversos gêneros e ritmos da música brasileira.
LOC: E no programa de hoje iremos
falar sobre o rock no Brasil!
LOC: O rock en roll veio às
terras brasileiras diretamente dos Estados Unidos nos anos 50. A marca desse
gênero musical era o ritmo rápido, que unia influências do blues e do country
americano.
LOC: O rock na época era um ritmo
inovador e diferente de tudo que já tinha ocorrido na música. Uma das
características mais importantes do rock era o acompanhamento de guitarra
elétrica, bateria e baixo.
LOC: Com letras simples e um
ritmo dançante, caiu rapidamente no gosto popular. No Brasil, o rock teve
início no final da década de 1950, começando a ser tocado por orquestras de
bailes e por cantores populares.
LOC: Os primeiros cantores e
grupos que tocaram rock no Brasil foram Betinho e Seu Conjunto, Nora Ney e
Cauby Peixoto. Também tomaram conta dos rádios e televisões, os ídolos Sérgio
Murillo e os irmãos Tony e Celly Campelo.
LOC: Na voz de Nora Ney, vamos O
balanço das horas. Essa música foi gravada em 1955 e é uma versão da trilha
sonora de um filme americano com o mesmo nome.
LOC: Acabamos de escutar a música
Rock and Roll em Copacabana, de Cauby Peixoto. Essa foi a primeira música de
rock em português. Ela foi escrita pelo compositor de sambas e marcinhas Miguel
Gustavo e gravada em 1957.
LOC: Escutamos também a música
Enrolando o rock, de Betinho e seu conjunto. Esse foi um dos primeiros grupos
de rock a se formar no Brasil.
LOC: Além do rock, eles tocavam
outros estilos como jazz, calipso, baião e choro, mostrando a diversidade da
música brasileira.
LOC: O rock já chegou fazendo um
sucesso estrondoso no Brasil. Em 1958, vindos do interior de São Paulo, os
irmãos Tony e Celly Campelo lançaram uma canção que vendeu 38 mil cópias.
LOC: Em 1959, Celly Campelo fez
grande sucesso com a música Estúpido Cupido. Ela foi a música mais tocada no
ano em que foi lançada. Vamos ouvi-la.
LOC: Escutamos na seqüência a
música Feche os olhos, de Renato e seus blue caps - que é uma versão em
português de música dos Beatles.
LOC: Escutamos também a música
Estou Louco, composta por Baby Santiago e gravada por Demetrius. E a música que
fechou esse bloco de sucessos foi Vigésimo Andar, de Albert Pavão.
LOC: Foi assim que o cenário
cultural brasileiro passou a viver tempos de grande efervescência. Com a
popularização dos meios de comunicação, a juventude experimentou novas formas
de expressão.
LOC: O início da década de 1960
trouxe outro grande cantor do rock brasileiro: Ronnie Cord. Seu maior sucesso
foi a música Biquíni de Bolinha Amarelinha. Vamos escutá-la.
LOC: As músicas que escutamos
nesse bloco foram grandes sucessos dos cantores e das bandas da Jovem Guarda.
LOC: Ouvimos Alguém na multidão,
de Golden Boys; Igual a Peter Pan, de Ronnie Von; e Doce, doce, amor, composta
por Raul Seixas, na voz de Jerry Adriani.
LOC: O movimento Jovem Guarda,
liderado por Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa, envolveu a maioria da
juventude com programas de televisão, shows ao vivo e inúmeros discos.
LOC: Novos cantores e bandas
apareciam na cena musical da época, como os reis do “iê, iê, iê” embalados pelo
som das guitarras elétricas e do ritmo ditado pelas baterias.
LOC: Nesse período, a televisão
se tornou o grande espaço de popularização de artistas como Sérgio Reis, Os
Vips, Golden Boys, Jerry Adriani e Ronnie Von.
LOC: Grande parte de suas letras
tinham temáticas amorosas, adolescentes e açucaradas. Haviam muitas versões de
músicas do rock internacional da época, principalmente sob a influência do
fenômeno dos Beatles.
LOC: A Jovem Guarda não foi só um
movimento musical. Ele também misturava uma nova forma de comportamento e moda
dos jovens.
LOC: Vamos escutar agora alguns
grandes sucessos do Rei da Jovem Guarda, Roberto Carlos. A primeira música que
vamos escutar é Quero que vá tudo pro inferno. Essa canção fez parte do álbum
Jovem Guarda lançado em 1965 e foi um divisor de águas na carreira de Roberto
Carlos. Vamos escutá-la.
LOC: Escutamos a música de
Roberto e Erasmo Carlos, Eu sou Terrível. Escutamos também Festa de arromba de
Erasmo Carlos e Pare o casamento de Wanderlea.
LOC: Na década de 1970, a
identidade do rock nacional foi definitivamente afirmada por bandas e artistas
como Mutantes, Rita Lee, Secos e Molhados e Raul Seixas.
LOC: Os Mutantes é uma banda brasileira de rock psicodélico formada durante o Tropicalismo no ano de 1966, em São Paulo, por Arnaldo Baptista, Rita Lee e Sérgio Dias. A banda é considerada um dos principais grupos do rock brasileira.
LOC: A década de 1970 trouxe
também aquele que é conhecido como o maior rockeiro que o Brasil já teve: Raul
Seixas.
LOC: Vamos escutar dos Mutantes,
a música Posso perder minha mulher, minha mãe, desde que eu tenha o rock and
roll.
LOC: Escutamos a música Ovelha
Negra de Rita Lee, O vira de Secos e Molhados e Cowboy fora da lei, de Raul
Seixas.
LOC: Na década de 1980 o rock se
popularizou. Muitas bandas como os Titãs
e Os Paralamas
do Sucesso permanecem ativas até hoje, fazendo apresentações por
todo o Brasil.
LOC: Outras bandas e artistas da
época, como Cazuza, Legião Urbana
e Renato Russo, foram
imortalizados e tocam nas rádios até hoje, devido ao grande sucesso entre o
público, principalmente adolescentes.
LOC: De toda a geração emergida
no estouro do rock nacional na década de 1980, a Legião Urbana foi a banda mais
venerada pelo público e respeitada pela crítica. Seus sucessos foram a trilha
sonora de toda uma geração.
LOC: Vamos escutar da Legião
Urbana uma música de conteúdo de forte crítica social: Que país é esse.
LOC: Escutamos a música Sonífera
Ilha, dos Titãs; Bete Balanço, do Barão Vermelho e Ela Disse Adeus, dos
Paralamas do Sucesso.
LOC: A década começou com uma
novidade: a MTV Brasil,
em 1990. E o primeiro
"grande grupo" da década foram os mineiros Skank, que misturavam rock
e reggae. Ao longo da década, outros grupos mineiros surgiriam, como Pato Fu e
Jota Quest.
LOC: Outra banda mineira que fez
grande sucesso inclusive no exterior na década de 1990 foi o Sepultura.
Misturando diversos ritmos: indígenas e africanos ao metal, os irmãos Cavalera
venderam milhões de discos no mundo.
LOC: A banda Raimundos de
Brasília também trouxe um elemento novo ao rock, ao misturar ritmos nordestinos
com o rock pesado.
LOC: Vamos ouvir agora no último
bloco do Programa Raízes Sonotas, a música Roots do Sepultura, Encontrar alguém
do Jota Quest, Garota Nacional do Skank, e I saw you saying dos Raimundos. Vida
longa ao rock!
Raízes Sonoras - Programa 03 - Forró
Raízes Sonoras - Programa 03 - Forró
LOC:
Você conhece a história da música brasileira? Conhece os diferentes ritmos e
gêneros musicas que representam a diversidade cultural do país?
LOC: O
projeto Raízes Sonoras traz pra você vinte e cinco programas que abordam os
gêneros musicais brasileiros e suas raízes históricas. O programa de hoje vai
falar sobre o forró!
LOC: O termo "forró" deriva
da palavra africana forrobodó, que dava nome aos bailes populares do Nordeste
do Brasil.
LOC: Eram vários os ritmos dançados
nessas festas, como o baião, a quadrilha, o xaxado e o xote.
LOC: E falando em quadrilha todos
se lembram das festas juninas de São João! Que tal começarmos o programa de
hoje em ritmo de quadrilha?
LOC: Vamos escutar a música Sonho
de Papel, de Altamiro Carrilho.
LOC: Escutamos a canção Pula a
Fogueira, composta por Getúlio Marinho e João Bastos Filho e gravada por
Francisco Alves em 1936.
LOC: Escutamos também a música
Cai, Cai balão, composta por Assis Valente e gravada por Francisco Alves e
Aurora Miranda em 1933.
LOC: Foi esta marchinha que
inaugurou o gênero "música de festa junina". E foi também a estreia
em disco de Aurora Miranda, irmã de Cármen Miranda.
LOC: Essas canções que escutamos
são algumas das muitas músicas populares de Quadrilha Junina, que embalam ano
após ano as Festas Juninas no Brasil do norte ao sul.
LOC: Também muito tradicional da
Quadrilha Junina são os dizeres - a narração feita por um locutor para animar a
quadrilha, enquanto há a apresentação das danças. Quem não conhece o “Olha a
cobra! É Mentira!”?
LOC: Os dizeres mais famosos são:
o “Balancê”, que é quando os dançarinos balançam o corpo no ritmo da música,
ainda nos seus lugares; o “Caminho da roça” – quando os dançarinos fazem só uma
fila, a dama à frente de seu cavalheiro;
LOC: Tem também o “Olha a Cobra
ou Olha a Chuva” – quando os dançarinos devem caminhar em sentido contrário; logo
depois o narrador fala: “É mentira!” – e todos voltam a caminhar na direção que
estavam.
LOC: Continuando em ritmo de
festa, que tal conhecermos um pouco do baião, do xote e do xaxado? Ritmos que
reunidos formam a grande riqueza cultural do forró!
LOC: Vamos escutar a música Xote
dos Milagres, do grupo Falamansa.
LOC: Escutamos a música Xaxado da
Paraíba composta por Juvenal Lopes e Reinaldo Costa e gravada por Marinês.
Escutamos também a música Mulher Rendeira, de Zé do Norte.
LOC: Tradicionalmente o forró é
tocado por trios compostos por sanfoneiro, zabumbeiro e um tocador de
triângulo.
LOC: O forró é representativo da
diversidade cultural presente na cultura brasileira.
LOC: Os portugueses influenciaram
bastante na formação do forró. O rei do Baião, Luiz Gonzaga, disse que os
instrumentos utilizados no forró, o triângulo, a zabumba e a sanfona, vieram do
gênero musical português conhecido como chula.
LOC: Vamos ouvir Chula da póvoa, ou
Chula do Povo, do compositor e cantor português José Afonso.
LOC: Escutamos as músicas
Respeita Januário e A vida do Viajante, ambas gravadas por Luiz Gonzaga.
LOC: A história do forró
mistura-se com a história de Luiz Gonzaga, seu principal compositor e
intérprete. Ele nasceu em Exu, no estado do Ceará, em 1912.
LOC: As letras de suas músicas
retratavam tanto a alegria das festas juninas quanto as dificuldades vividas
pelos nordestinos.
LOC: A terra de Luiz Gonzaga fica
na Serra do Araripe, o que o inspirou em uma das suas primeiras composições, No
meu pé de serra. Vamos ouvir Pé de Serra, de Luiz Gonzaga.
LOC: Logo em seguida vamos
escutar aquela que virou um verdadeiro hino do Nordeste: a música Asa Branca.
Composta e gravada por Luiz Gonzaga esse super sucesso é uma das músicas mais
representativas da cultura brasileira.
LOC: A música fechou esse bloco é
Assum Preto, de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião.
LOC: O baião é um ritmo musical
nordestino, acompanhado de dança, muito popular na região nordeste e norte do
Brasil.
LOC: Foi na década de 1940 que o
baião tornou-se popular, através de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, conhecido
como “o doutor do baião".
LOC: O baião utiliza muito os
seguintes instrumento musicais: viola caipira, sanfona, triângulo, flauta doce
e acordeon. Os sons destes instrumentos são intercalados ao canto.
LOC: A temática do baião é o
cotidiano dos nordestinos e as dificuldades da vida.
LOC: O baião recebeu, na sua
origem, influências das modas de viola, música caipira e também de danças indígenas.
LOC: Vamos escutar a música Baião
de Dois, composta por Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira e gravada na voz de
Emilinha Borba.
LOC: Escutamos a música Boi
Bumbá, de Luiz Gonzaga. Escutamos também Baião da Panham composta por David
Nasser e Guio de Morais, e gravada por Luiz Gonzaga.
LOC: O forró não seria o forró se não fosse o xaxado!
LOC: Xaxado é uma dança popular Brasileira originada nas
regiões do Agreste
e do Sertão
do estado Pernambuco,
muito praticada no passado pelos cangaceiros da região, em
celebração às suas vitórias.
LOC: A palavra xaxado é uma onomatopeia do barulho
xa-xa-xa, que os dançarinos fazem ao arrastar as sandálias no chão durante a
dança.
LOC: Luiz Gonzaga também foi um
grande divulgador do xaxado. Todos esses ritmos juntos - xaxado, xote, baião e
quadrilha - formam um dos gênero mais aprecidos no Brasil: o forró!
LOC: Vamos encerrar o programa de
hoje curtindo outros sucessos. De Dominguinhos, a música Eu só quero um xodó.
Na voz de Elba Ramalho, a música composta por Vital Farias, Ai que saudade
D'Ocê.. E por fim, a música Colo de Menina, da banda Rastapé.
Raízes Sonoras - Programa 02 - Samba
Raízes Sonoras - Programa 02 - Samba
LOC: Você conhece a história da
música brasileira? E os ritmos e os gêneros musicas que são a cara do nosso
país?
LOC: O
projeto Raízes Sonoras traz pra você vinte e cinco programas que abordam os
gêneros musicais brasileiros e suas raízes históricas. O programa de hoje vai
falar sobre o samba e sobre as marchinhas de carnaval.
LOC: O
samba foi criado pelos escravos negros africanos a partir da segunda metade do
século 19 na Bahia. As manifestações religiosas do povo africano
envolviam o uso de instrumentos de percussão, como atabaques e tambores. As batidas e danças do povo africano deram origem ao samba.
LOC: No
final do século 19, o samba chegou ao Rio de Janeiro com o carnaval de rua. Hoje
o samba é a cara da música brasileira. É um verdadeiro símbolo da cultura
nacional.
LOC: Mas
quem vê o carnaval pela televisão pode não conhecer a história do samba. Essa é
uma história de resistência da cultura popular à intolerância racial.
LOC: O
primeiro samba a ser gravado foi Pelo
Telefone, de Donga e Mauro de Almeida, em 1917, no Rio de Janeiro. Pelo
Telefone foi registrado pelo violonista Donga, o que gerou muita polêmica.
LOC:
Essa música foi criada em uma roda de samba por várias pessoas. Essas pessoas
também queriam estar nos créditos. A letra é do jornalista Mauro de Almeida,
que admitiu que só uniu os versos que estavam sendo cantados. Ouça agora Pelo
Telefone.
LOC: Durante
muito tempo, por conta do preconceito racial, o samba era muito mal visto. Quem
tocava samba podia até ser preso.
LOC: Quem
acompanha hoje o carnaval pela televisão, não imagina o quanto a "velha
guarda" do samba sofreu e foi perseguida. A sociedade via nas rodas de
samba e nos sambistas uma ameaça à moral e aos bons costumes.
LOC: A perseguição às
manifestações culturais dos africanos chegou ao Brasil junto com os primeiros
navios negreiros. Os portugueses reprimiam qualquer manifestação cultural e
religiosa dos escravos como uma tentativa de impedir qualquer resistência à
escravidão.
LOC: Com a abolição do trabalho
escravo e a expulsão dos negros para as periferias, começaram a surgir as
reuniões religiosas e culturais, que mais tarde dariam origem aos blocos de
carnaval e escolas de samba.
LOC: Certos sambas enredos das
escolas de samba viraram clássicos da música popular brasileira. É o caso do
samba-enredo Festa para um rei negro que
se tornou um campeão de vendagens ao ser gravado em 1971 por Jair Rodrigues.
Vamos escutá-lo.
LOC: A
partir da década de 40, o governo nacionalizou o samba e obrigou os letristas a
fazerem letras nacionalistas. Um dos sambas que contam a história do Brasil é
Exaltação a Tiradentes, de 1949, da escola de samba carioca Império Serrano.
Vamos ouví-la.
LOC: Além
dos grandes sambas-enredos da música brasileira, também são inesquecíveis as
marchinha que fizeram a história do carnaval no país.
LOC: As
marchinhas de carnaval surgiram por um caminho diferente do samba. Era ritmo
executado principalmente nos salões cariocas do final do século 19.
LOC: Elas tiveram sua ascensão ao
mesmo tempo em que a classe média aumentou sua participação nos carnavais de
rua. O reinado das marchinhas durou quatro décadas: de 1920 a 1960 elas
embalavam o carnaval brasileiro.
LOC: Vamos agora escutar algumas
das principais marchinhas de carnaval. A primeira que escutaremos é Chiquita Bacana, composta por Alberto
Ribeiro e Braguinha, o mais célebre compositor desse gênero musical. Ela foi
lançada em 1948 e a versão que escutaremos foi cantada por Emilinha Borba.
LOC: Escutamos "Ó Abre Alas", que
foi a primeira música composta especificamente para um bloco de carnaval. Quem
escreveu a marchinha foi Chiquinha Gonzaga, em 1899.
LOC: Ouvimos também a marchinha
Jardineira, na voz de Orlando Silva. Seu compositor, Benedito Lacerda, era
flautista. Humberto Porto, que também assina a composição, era estudante de
Medicina.
LOC: Composta em 1938, a música Jardineira
apareceu na comédia musical "Banana da Terra" (1939), que tinha no elenco Carmen Miranda, Oscarito e Emilinha Borba.
LOC: Essas músicas animaram
décadas e décadas de carnavais e festas populares no país. O samba e as
marchinhas de carnaval são parte do patrimônio cultural brasileira.
LOC: Mas
o samba não é só carnaval! Que tal conhecermos alguns dos maiores sucessos da
história do samba e também os grandes sambistas brasileiros?
LOC: O
carioca Nelson Cavaquinho, com a influência de seu pai que tocava tuba na banda
da Polícia Militar, se tornou um dos principais compositores do samba.
LOC:
Seu maior sucesso é A flor e o espinho, parceria com Guilherme de Brito e
Alcides Caminha. Em 1964, a intérprete Elizeth Cardoso gravou a versão famosa de A flor e o espinho. Vamos
ouvi-la.
LOC: O
baiano Dorival Caymmi em 1956, lançou a canção Maracangalha. A inspiração teria
vindo de um amigo que, quando ia visitar uma amante, dizia à sua esposa que
iria a uma viagem de trabalho para Maracangalha.
LOC:
Dorival Caymmi não gravou muitas músicas. Foram apenas cerca de 100 canções. Contudo,
esse grande músico brasileiro só compôs obras-primas da cultura popular. Uma
dessas obras-primas é a música Suíte do Pescador.
LOC:
Vamos escutar, de Dorival Caymmi, as músicas Maracangalha e Suite do Pescador.
LOC: Continuando
com os sucessos do samba brasileiro, Adoniran Barbosa compôs Trem das Onze em
1951 e não fez sucesso. Esse grande compositor e sambista ficou conhecido
nacionalmente como o pai do samba paulista.
LOC: Mais
de dez anos depois, em 1965, o grupo paulista Demônios da Garoa, gravou essa
canção e tornou-a uma das músicas mais conhecidas do samba.
LOC:
Outro grande sucesso de Adoniran Barbosa é a música Saudosa Maloca, cujo
conteúdo tem forte crítica social. Vamos escutar essas duas canções: Trem das
Onze e Saudosa Maloca, compostas por Adoniran Barbosa e gravadas por Demônios
da Garoa.
LOC:
Voltando ao Rio de Janeiro, vamos conhecer duas das maiores vozes femininas do
samba.
LOC:
Elizeth Cardoso é conhecida como "A Divina" e considerada uma das
maiores intérpretes da música brasileira. É uma das mais talentosas cantoras de
todos os tempos, reverenciada pelo público e pela crítica.
LOC:
Outra grande intérprete do samba é Beth Carvalho. Desde que começou a fazer
sucesso, na década de 1970, Beth ajudou a revelar nomes como Jorge Aragão e
Zeca Pagodinho.
LOC: Vamos
agora ouvir na voz de Elizeth Cardoso, a música Barracão gravada em parceria
com Zimbo Trio e Jacob do Bandolim, e composta por Luís Antônio e Oldemar
Magalhães.
LOC: E
na voz de Beth Carvalho, vamos escutar o clássico Vou Festejar, composta por
Jorge Aragão.
LOC: Seguindo
com os grandes sucessos do samba brasileiro, em 1971, a dupla baiana Antonio
Carlos e Jocafi, já no Rio de Janeiro,
gravou a música de autoria própria, Você Abusou. Essa música se tornou
um clássico do samba.
LOC:
Outra que veio a se tornar clássica, foi a música O Mar Serenou. Ela foi
composta por Candeia, músico carioca que pertencia à Ala de Compositores da
Portela.
LOC: Uma
das composições de Candeia, o samba-enredo "Seis datas magnas"foi o primeiro
samba na história do carnaval carioca a receber nota máxima do juri. O Mar
Serenou tornou-se um sucesso na versão de Clara Nunes.
LOC:
Vamos ouvir a música Você Abusou de Antonio Carlos e Jocafi, e também a música
O Mar Serenou de Candeia no voz de Clara Nunes.
LOC: E
pra encerrar o último do programa de hoje do Raízes Sonoras não podemos nos
esquecer de três dos mais populares cantores e compositores do samba
brasileiro: Jorge Aragão, Martinho da Vila e Zeca Pagodinho.
LOC:
Jorge Aragão é filho de mãe acreana, nascido e criado no Rio de Janeiro.
Começou a sua carreira pelo samba na década de 1970 em bailes e casas noturnas.
Quase todos os grandes intérpretes do samba têm canções de Jorge Aragão em seu
repertório.
LOC: Martinho da Vila é filho de
lavradores e desde pequeno se criou também no Rio de Janeiro. Serviu o exército
e abandonou a carreira militar em 1970 para se tornar cantor profissional.
Concorreu em diversos festivais, ganhou muitos prêmios e virou um dos cantores
mais populares do Brasil.
LOC: Tão popular quanto Martinho
da Vila é o cantor Zeca Pagodinho. O músico gravou mais de 20 discos e é
considerado um grande nome do gênero samba e pagode.
LOC: Os sucessos que escutaremos
agora são Eu e Você Sempre, de Jorge Aragão; Mulheres, de Martinho da Vila e
Verdade, de Zeca Pagodinho.
sexta-feira, 3 de maio de 2013
Programa Piloto
Roteiro do Programa 01 - Projeto Raízes Sonoras
Temática:
Diversidade cultural e identidade brasileira
LOC: Você
sabia que a música brasileira tem uma infinidade de ritmos? Conhece o samba, o
maracatu, a embolada, o carimbó? E da onde será que vem toda essa diversidade
cultural?
LOC: O
Projeto Raízes Sonoras traz pra você, em vinte e cinco programas, diversos
gêneros musicais brasileiros e as suas raízes históricas. MPB, forró, rap,
frevo, rock, e muito mais!
LOC: Através da música podemos
conhecer culturas diferentes, momentos importantes da história do país e os
grandes artistas que enriquecem nosso patrimônio cultural.
LOC: Com a música podemos fazer
uma verdadeira viagem no tempo! Quem aí já ouviu O Guarani, do compositor Carlos Gomes, composta em 1870, e que
virou um grande sucesso em todo o mundo?
LOC: Essa música ficou conhecida
por ser a abertura do programa A Voz do Brasil. O Guarani, de Carlos Gomes, é um dos maiores temas musicais do
país.
LOC: Hoje, o Projeto Raízes
Sonoras irá falar sobre a diversidade do povo brasileiro. A principal marca
cultural do Brasil é a mistura. Desde o começo de sua história, o país foi
marcado pela presença de diferentes povos e culturas. Isso fez com que sua formação
tivesse grande diversidade.
LOC: Aqui viviam os povos
indígenas e depois chegaram os europeus e os negros. Cada um desses povos tinha
crenças, falas e costumes diferentes que foram se misturando e formaram a
cultura brasileira.
LOC: Muitos artistas já cantaram
a riqueza cultural brasileira. Uma das
canções mais famosas da história do país é Aquarela
do Brasil, composta em 1939 por Ary Barroso. Ao escrever sobre o
"Brasil, meu Brasil brasileiro", esse compositor criou um verdadeiro
hino nacional. Sua música exalta as belezas naturais e culturais do país.
LOC: Ary Barroso foi um dos
maiores compositores brasileiros de todos os tempos. Suas músicas tiveram
centenas de gravações no Brasil e no exterior. A versão que vamos ouvir agora
de Aquarela do Brasil foi gravada por
Gal Costa, cantora baiana e uma das grandes intérpretes brasileiras.
LOC: A música é uma expressão
cultural muito importante. Existem músicas que só de escutá-las já nos vem à
cabeça a imagem de todo um país. Waldir Azevedo compôs uma das mais populares e
inesquecíveis canções brasileiras. Brasileirinho
foi composta em 1947. Essa música é uma daquelas canções que se tornaram parte
da alma coletiva do Brasil.
LOC: Esse estilo de música é
chamado choro com cavaquinho, que é um tipo de instrumento que parece um violão
pequeno. Este estilo musical no Brasil se tornou uma grande referência para as
velhas e novas gerações. Vamos agora escutar Brasileirinho, interpretado pelo compositor Waldir Azevedo.
LOC: Entre os grandes símbolos da
música brasileira não podemos nos esquecer de Garota de Ipanema. Ela foi escrita em 1962 por Tom Jobim e Vinícius
de Moraes. Garota de Ipanema é a canção mais gravada no Brasil e a segunda mais
tocada internacionalmente.
LOC: Com essa música, a
bossa-nova conquistou o mundo. Ela foi escrita quando os dois músicos estavam
sentados em um bar e se encantaram com a beleza de uma jovem que passava por
ali em direção à Praia de Ipanema, no Rio de Janeiro.
LOC: A bossa-nova é um movimento
da música popular brasileira derivado do samba e que possui influência do jazz.
Ela foi lançada no final da década de 1950 e reúne grande artistas brasileiros
como Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Nara Leão, João Gilberto e muitos outros.
LOC: Mesmo após cinco décadas, Garota de Ipanema continua sendo
regravada por cantores da nova geração. A versão que escutaremos é a do cantor,
compositor e violonista brasileiro Toquinho, que gravou muitas músicas em
parceria com Vinícius de Moraes.
LOC: A diversidade cultural
expressa as diferenças que existem entre as pessoas, como a língua, as
tradições, as festas, as danças, e muito mais! Essas diferenças moldam nossos
jeitos de falar, de agir e de se expressar. Assim afirmamos as nossas
identidades e o sentimento de pertencer a um grupo.
LOC: Falar em cultura é falar em
transformação. As manifestações culturais nunca são estáticas, estão sempre em
permanente mudança. É com esse espírito que no final da década de 1960,
cantores como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Tom Zé, lançaram o tropicalismo.
LOC: O tropicalismo foi um
movimento artístico que buscou reinventar a música brasileira. Esses artistas
buscavam resgatar as raízes da cultura do Brasil e misturar com influências
culturais estrangeiras. Vamos escutar a música Tropicália, de Caetano Veloso.
LOC: O contato entre as
diferentes culturas que foi a base do movimento tropicalista pode ser
enriquecedor do patrimônio cultural dos povos. Mas, às vezes, uma cultura se
sobrepõe à outra. A arte, as tradições e os valores das comunidades são
esquecidos. Isso empobrece nossa diversidade cultural.
LOC: É por isso que é tão
importante valorizar as diversas manifestações artísticas. Em um país tão rico
culturalmente como o Brasil, todas as culturas regionais e nacionais deveriam
ser igualmente reconhecidas e valorizadas.
LOC: Apesar da cultura nacional
ter sido constituída por importante influência indígena, hoje muitos aspectos
da cultura das comunidades indígenas não são conhecidos pela população
brasileira.
LOC: A colonização portuguesa do
Brasil levou ao extermínio e à dominação cultural de muitos povos indígenas que
aqui se encontravam. O resgate da cultura desses povos além de enriquecer nosso
patrimônio cultural, é uma luta de resistência e sobrevivência dessas
comunidades.
LOC: A música Chegança, de Antônio Nóbrega e Wilson
Freire, narra o descobrimento do Brasil pela ótica do índio que já estava aqui
quando os portugueses chegaram. Vamos escutá-la.
LOC: A música também é expressão
da identidade regional. Luiz Gonzaga, um dos maiores artistas do Brasil,
conseguiu expressar por meio de suas músicas, a vida e a cultura do povo
nordestino.
LOC: Conhecido como o Rei do
Baião e acompanhado pela sanfona, zabumba e triângulo, levou alegria às festas
juninas e aos forrós pés-de-serra. Cantou também a pobreza, as tristezas e as
injustiças do sertão nordestino.
LOC: A música Asa Branca é considerada por muitos o
hino do nordeste. Essa música conta a história do nordestino que migra para o
sudeste fugindo da fome e da seca. Mas o sentimento de pertencimento à sua
terra é maior, e na música A Volta da Asa
Branca, Luiz Gonzaga relata a volta do nordestino ao lar quando a época da
chuva chega, assim como a Asa Branca, ave típica da caatinga. Vamos escutar
esses dois grandes sucessos.
LOC: Entre os vários gêneros
musicais brasileiros, existem aqueles que surgiram ligados à resistência
cultural e social do povo negro. O samba, que hoje é símbolo da identidade
cultural do Brasil, tem as suas raízes em estilos musicais de origem africana.
Ele é tocado por instrumentos de percussão, como tambores, surdos e timbau e
acompanhado pelo violão e o cavaquinho.
LOC: O samba é descendente do
lundu, canto e dança populares no Brasil do século XVIII (18). O gênero começou
como dança de roda originada em Angola e trazida pelos escravos, principalmente
para a região da Bahia. Durante sua história, sofreu modificações e se tornou
muito popular, sendo hoje, a cara musical do Brasil.
LOC: O samba que iremos tocar
agora chama-se Identidade, música
composta por Jorge Aragão. Essa música resgata em sua letra o orgulho negro e
denuncia a discriminação racial no Brasil.
LOC: Jorge Aragão é um dos
maiores sambistas brasileiros e s suas músicas foram gravadas por outros grandes
nomes do samba, como Beth Carvalho, Alcione, Zeca Pagodinho e Martinho da Vila.
Vamos agora escutar Identidade, de
Jorge Aragão.
LOC: A identidade negra não se
expressa na cultura nacional apenas pelo samba. O Rap é um gênero musical
conhecido por suas letras de protesto e que apresentam a vida, a luta e a
cultura da população negra que sofre com o racismo e a desigualdade social.
LOC: O Rap surgiu entre as
comunidades negras da Jamaica e depois dos Estados Unidos. Esse estilo é
marcado pela fala rápida, onde a letra da música tem maior importância do que a
linha melódica. Ele veio para o Brasil ao final da década de 1980 e se
popularizou por expressar a voz da juventude negra.
LOC: Um dos maiores compositores
e cantores de rap no Brasil é Genival Oliveira Gonçalves, mais conhecido como
Gog. Nascido em Brasília em 1965, Gog levou sua música para todo país e recebeu diversos prêmios.
LOC: Na música Brasil com P, Gog constrói uma
verdadeira poesia apenas se utilizando de palavras iniciadas pela letra P. A
inspiração foi a frase do hip hop brasileiro "Poder Para o Povo
Preto". Vamos curtir o som de Brasil
com P.
LOC: A música brasileira também
canta a luta das mulheres do país por igualdade social. Dessa forma, a música
se transforma em um instrumento importante na busca pelos direitos das
mulheres.
LOC: Infelizmente, é comum
escutarmos na mídia, músicas que reproduzem o machismo presente na sociedade.
Muitas vezes as mulheres são retratadas como simples objetos de desejo dos
homens e de uma cultura machista. A forma como alguns artistas retratam as
mulheres em suas composições acaba por incentivar o desrespeito e a violência
às mulheres.
LOC: Cantando a força e a garra
da mulher brasileira, a música Maria
Maria de Milton Nascimento e Fernando Brant, transformou-se em um grande
hino feminista no Brasil e na América Latina.
LOC: A versão que escutaremos foi
gravada na voz de Elis Regina. Elis foi uma das maiores intérpretes da música
popular brasileira. Essa música fez história no país e marca a luta pela
igualdade entre mulheres e homens.
LOC: Vamos agora escutar Maria Maria, de Milton Nascimento e
Fernando Brant, na voz de Elis Regina.
LOC: A identidade da música
brasileira também se construiu nos importantes momentos políticos que o país
viveu. A Ditadura Militar, que durou de 1964 a 1985, foi marcada pela grande
explosão do movimento cultural que lutava contra a ditadura. Os artistas
emprestaram a sua voz e o seu talento para a defesa das liberdades
democráticas.
LOC: A música Pra Não Dizer que Não Falei das Flores,
de Geraldo Vandré, embalou toda uma geração que sonhava com justiça e
democracia. No Festival Internacional da Canção de 1968, essa música ficou em
segundo lugar sob os protestos do público que queriam vê-la ganhando o
Festival.
LOC: Pra Não Dizer que Não Falei das Flores teve sua execução proibida
durante anos pela ditadura militar. Ela faz parte da história do povo brasileiro
e conta parte importante da vida política no Brasil. Vamos escutá-la na versão
original, cantada por Geraldo Vandré.
LOC: A cultura e a música estão
sempre se transformando. O Brasil é um país muito rico e muito diverso em sua
cultura. O Projeto Raízes Sonoras contará a história e a diversidade de nossos
ritmos e gêneros musicais.
LOC: Esperamos que tenham gostado
desse passeio pelas canções que fazem e fizeram história no Brasil. Essa é só
uma pequena amostra de toda a riqueza cultural aqui produzida.
LOC: Vamos encerrar o programa de
hoje mencionando a importância do envolvimento da juventude na valorização da
cultura popular brasileira. Os jovens sempre produziram importantes
contribuições à cultura nacional, resgatando suas origens, mas também criando
novas vertentes.
LOC: A música que escutaremos pra
encerrar o primeiro programa do Raízes Sonoras é o Rap da Felicidade, de Cidinho e Doca. Essa música canta a esperança
da juventude em um país melhor. Agradecemos a todos pela audiência e acompanhem
os próximos programas!
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